terça-feira, 5 de março de 2013

Jovens Anjos - O Exercito Obscuro(Capitulo 2 e 3)


                                   Capitulo II



              Bia

             

     Bia sempre foi uma guerreira. Ou pelo ao menos sempre teve o espírito de uma. Logo cedo perdeu seus pais e desde então viveu fugindo para não ir para um orfanato. Aprendeu a viver em todos os tipos de lugares, a se defender e a se esconder de qualquer autoridade que aparecesse.
     Mesmo assim, nada tinha sido como aquilo. Ela havia sido atacada por dois homens sem razão alguma. Mas não eram homens normais. Tinham asas e seus rostos definitivamente não eram normais. Pareciam anjos, só que do mal. Se fingiam de pessoas normais vestindo jaleco e chapéu. Quando a atacaram, Bia não pensava que eram tão fortes. Eles eram fracos, praticamente só tinham uma pele meio esverdeada quase preta e ossos. Ninguém diria que eles eram fortes. Era algo sobrenatural com certeza.
     Eles a capturaram quando estava dormindo, dentro de um prédio abandonado. Ela ainda conseguiu se soltar e lutar com eles, mas eles conseguiram jogá-la em uma parede, fazendo-a desmaiar. Depois disso, ela acordou dentro de um caminhão amarrada, que mesmo sendo feito de cordas normais, tinha um nó tão bem feito que nenhum dos melhores ilusionistas ou artistas de circo poderiam se soltar. Mesmo assim, Bia tinha uma carta na manga. Sempre tinha. Além do mais, havia aprendido a fugir várias vezes de a levarem para o orfanato. Sempre quando a prendiam, ela sempre fugia.
     Enfim, ela tinha um plano que tinha que executar rápido. Seja onde for o lugar onde eles iriam levá-la, não seria bom lugar. Mas seu plano também envolvia um segredo, o qual ela não contara pra ninguém.
     A história do segredo era amarga. Bia tinha poderes sobre humanos.Ela controlava chamas, e além disso às produzia.Este era seu maior segredo,mas o pior deles.Sua mãe morrera devido à seus poderes.Aos sete anos enquanto estava em casa junto à sua mãe em Goiânia, e um ladrão foi furtar sua casa.Ele iria matar sua mãe, quando ela morrendo de raiva fez um circulo de fogo ao redor de seu corpo.O ladrão assustado fugiu,mas a casa começou a pegar fogo.Com o susto por causa do ladrão a mãe de Bia desmaiou.A menina ainda tentou fugir com a mãe,mas não conseguia carregá-la.Sua mãe morreu,mas Bia parecia ser imune ao fogo.Quando seu pai chegou,também morreu asfixiado de também por queimaduras ao tentar salvá-las.Como era criança,Bia ficou transtornada.Quando os policiais e bombeiros chegaram,a casa estava toda queimada e os pais de Bia estavam mortos.Ela havia fugido.Desde então vivera na rua e a policia à procurando.Ela vivera anos tendo que roubar comida,viver com mendigos e viver em prédios abandonados.Ao longo dos anos a garota aprendera a sobreviver na rua, à lutar e controlar seus poderes.Agora mesmo amargurada com o passado,iria usá-los a seu favor.

     ―Agora sim. Chegou a hora de sair daqui ― disse ela a si mesma.

     Assim, ela queimou as cordas facilmente. Levantou-se, logo após criando duas adagas de fogo em suas mãos. Fez um buraco com as adagas nas portas do caminhão, pensou um pouco no que iria fazer e se jogou do caminhão no meio da pista. Quando ia cair no chão, jogou as adagas contra o mesmo, o que fez diminuir a força da queda. Mesmo assim, a garota ainda estava muito machucada. Mas ainda conseguia ficar de pé.
     Mas no mesmo instante, percebeu que ainda nada estava acabado. De longe, um lobo gigante ia se aproximando. De longe, um lobo gigante ia se aproximando. Chegando, o mais incrível aconteceu, o lobo gigante foi criando uma forma humana até virar um homem normal.

     ―Se vai me atacar, saiba que será difícil, você não me dá medo ― Bia falou, com medo.
     ―Criança, eu vim salvá-la. Não seja insolente! ― disse o lobo (ou homem, no caso) ― Mas parece que cheguei um pouco atrasado.

     O homem lobo não parecia uma pessoa boa. Mas também não parecia uma pessoa má. Mas Bia havia aprendido a não confiar nas pessoas. Estava pronta pra lutar caso fosse preciso.

     ―Criança?!Você não me conhece. Posso ser mais perigosa do que você imagina! ― ela parecia pronta pra recriar as adagas em suas mãos.

     Neste momento, os dois homens ― ou monstros que prendiam a garota ― saíram do caminhão. E não pareciam satisfeitos por ela ter destruído seu caminhão.
     A partir disso, o homem-lobo voltou à sua forma de lobo, e correu em direção aos monstros, atacando um deles.
     Bia também não ficou para trás. Também correu ferozmente, criando as adagas de fogo e atacando um dos monstros. Ela rapidamente o matou, pulando e o cortando ao meio, pulverizando-o. Dessa vez foi mais fácil, usando suas adagas. O mesmo aconteceu com o outro, após o lobo o atingir com as garras.

     ―Tudo bem, você pode até ter me ajudado, mas não é só com isso que você pode pensar que vou confiar em você ― ela fez uma cara de desapontamento,como se quisesse confiar nele,mas não pudesse ―, além disso, eu mesma poderia detê-los.

     O lobo voltou à forma humana.

     ―Ah, meu deus!Você poderia confiar mais nas pessoas!Ou pelo ao menos reconhecer que eu te ajudei!
     ―Você acha mesmo que eu vou confiar em um homem que vira lobo? ― disse Bia abrindo um pequeno sorriso.
     ―Tudo bem então... ― ele ficou mais sério ― Você tem que vir comigo.
     ―Como assim?Pra que? ― ela também voltou à seriedade ― Pra você me seqüestrar, matar, ou o que?
     ―Se você não vier comigo, ai sim você estará morta ― disse ele ― e vai estar morta por gente que não é humana!

     Bia tentou fingir que estava bem com aquilo da morte, mas por dentro estava bem diferente. Mas não iria se passar por uma garota fraca e dependente.

     ―Isso é mentira ― ela tentou se convencer ―, além disso, eu consigo muito bem me virar sozinha!
    
     Neste momento, Bia já sabia que era verdade. Depois de tudo que havia passado e só pelo fato de ter poderes, ela não podia dizer que era mentira. Mas não podia se passar por fraca.

     ―Não importa, o fato é que não só você como todo mundo estará em seu fim se não vier comigo ― ele agora falava mais sombriamente.
     ―Olha, está bem. Eu admito que essas últimas coisas são bastante estranhas ― concordou a garota ― Mas se você tentar alguma coisa contra mim saiba que não viverá pra contar a história.Eu sou perigosa!
     ―Mas você irá?! ― perguntou o lobo.
     ―Irei, mas você sabe o que eu disse. Além disso, eu também quero respostas!
     ―Agora venha, suba em minhas costas quando eu virar lobo.É bem mais rápido que um ônibus.E você não terá que pagar ― falou o lobo,sarcástico.
     ―Você se acha demais, sabia ― disse ela ao lobo.
     ―Vou tentar ignorá-la. ― ele mudou de assunto ― nós teremos que ir até São Paulo.
     ―Mas já é noite, além disso, nós demoraremos demais. Aqui é Goiânia. Precisamos descansar.

     Bia estava todo o tempo fingindo estar bem. Na verdade estava muito machucada e cansada. Precisava de um banho e uma noite de sono.

     ―Mas temos que chegar logo, você pode ir dormindo em minhas costas. Não precisamos parar, eu não me canso ― falou o homem lobo.
     ―Ainda não entendi... Para que iremos lá?O que eu vou ter que fazer?
     ―No momento você não pode saber, mas logo as explicações virão ― ele falou ―, mas iremos acabar com os monstros que tentaram te capturar. Será difícil, mas com a ajuda dos outros vocês conseguirão.
     ―Que outros?

     Agora, ela estava totalmente confusa.
     O homem lobo riu.

     ―São as pessoas que irão te ajudar.
     ―Eu não preciso de ajuda ― ela tentou novamente parecer durona ― Eu não confio em pessoas. Elas traem,machucam,são más.
     ―Às vezes a gente tem que confiar para tudo dar certo. A gente não pode fazer tudo sozinho ― ele mudou de assunto novamente ―, mas esqueça,é melhor irmos.

     E foram. Era um longo caminho, mas o homem lobo era bem rápido realmente. Ele conseguia ainda ser bem mais rápido que um carro normal.
     Eles passaram a madrugada toda viajando e passaram por várias cidades e estados. Eles até podiam ir pela estrada, pois o homem lobo era tão rápido, que não se conseguia ver ele direito, somente seu vulto.
     Bia agüentou o máximo que pode. Mas estava muito cansada. De todos os dias em que passara fugindo, aquele definitivamente havia sido o pior. E ela ainda estava confusa sobre tudo que havia acontecido. Enfim, logo ela se recostou no lobo e dormiu sem nem perceber.
     Como sempre acontecia, ela teve um sonho fora do comum. Ela sempre tinha sonhos daquele tipo, principalmente quando estava preocupada ou nervosa.
     Enfim, nessa noite não sonhou com nada assustador, como algum monstro ou coisa do tipo. Na verdade estava em algum lugar que ela não conhecia direito, mas reparando direito logo percebeu. Ela estava em algum lugar de São Paulo, próximo à um metrô.Em sua frente haviam dois garotos.Mas a imagem estava borrada,não conseguia identificar seus rostos.Mesmo assim ela sabia que não os conhecia.Não conhecia ninguém de São Paulo,não mesmo.Um deles parecia estar falando com ela,e estava sorrindo,já o outro tinha olhos verdes,mas não estava falando.
     Ela ainda tentou falar, mas parecia que tinham apertado o botão mudo. Não conseguia falar, e assim os dois ficaram falando para o nada.
     Ele estava definitivamente falando com ela. Mas não havia som algum. Após isso a imagem borrou mais,mas o som voltou,parecendo uma televisão com problemas de transmissão de sinal. Ela ainda conseguiu ouvir alguma coisa:

     ―É... Meu nome é Is... ― disse o garoto que parecia falar com ela anteriormente.

     Ela ainda tentou responder que seu nome era Bia, e nada saiu. Ela ainda conseguiu ver uma sombra de uma garota em cima de alguma coisa, como um cavalo. Mas aí o sonho mudou. Ela estava agora em outro lugar, parecia um depósito enorme, com muitas coisas velhas. Mas em seu centro havia algo que chamava atenção, era um trono. E nele tinha uma mulher. Como estava longe e borrado, Bia não conseguia descrevê-la. Mas ela parecia uma rainha. Parecia ser poderosa e má, como uma dessas madrastas de contos de fadas, só que pior. Mas aí o sonho borrou mais. Ela acordou.
      Quando acordou estavam ainda na estrada, mas agora era quase de manhã, o sol já havia nascido e devia ser quase nove horas da manha. Agora estavam mais descansada, pronta pra enfrentar mais mil monstros como aqueles que a capturaram. Eles estavam perto de São Paulo. Bia já conseguia ver aqueles milhares de prédios que envolviam aquela cidade. Mas nem isso conseguia a distrair. Só conseguia pensar em seu sonho. Nunca tinha sido tão estranho e tão forte. Ela pensava naquela rainha e o quanto ela parecia má. Também pensava no nome daquele garoto,  e se já havia o conhecido. Mesmo assim, ela sabia de uma coisa, não podia confiar nele. Provavelmente não seria coisa boa. Mas agora eles estavam em São Paulo, e Bia tentou afastar esses seus pensamentos.


























                                   Capitulo III



       Arthur

             

     Arthur perdeu seu pai. Sua mãe estava quase no mesmo caminho. Agora, ele foge para poder salvar a própria vida, o que no momento parecia impossível.
     Enfim, o dia antes dos acontecimentos trágicos estava indo bem. Era ano novo, e pela primeira vez não ia passar a data com a família. Ele passara o dia do ano novo inteiro na casa de amigos, mas ele não esperou até a meia noite. Esta hora ele tinha que estar com seus pais, como o prometido. Então, logo voltou para a casa, às onze da noite. Como não era longe, ele veio a pé mesmo.
     Estava tudo bem, até chegar em casa e a situação se mudar por completo. E ia mudar o curso não só de seu dia, mas mudaria também o curso de sua vida. Seu pai estava caído no chão, derramando sangue, e por mais que Arthur não quisesse acreditar, ele provavelmente estava morto. Mas ele não podia chorar ou fazer outra coisa, tinha que ser forte. Já sua mãe também estava machucada, com cortes nos braços. Pelo ao menos ainda estava consciente, mesmo que estivesse caída no chão e não conseguisse se levantar de dor. Os dois pareciam feridos por facas ou algo do tipo.
     Arthur ainda não percebido por causa de seus pais caídos no chão, mas no canto da sala onde estava havia uma coisa muito estranha. Era alguma coisa de aparecia humanóide, mas que se olhar direito parecia um monstro. Ele tinha um facão cheio de sangue em suas mãos. Provavelmente o que ele usara para ferir os pais de Arthur.
     Como era de se esperar, Arthur entrou em pânico. Ficou exatamente como uma estátua. Até que o monstro sorriu ironicamente e falou com ele.

     ―Parece que chegou tarde meu jovem. Quer dizer, ou na hora certa para que eu o capture.
     ―Arthur, vá embora!Corra, pode me deixar aqui, você tem que se salvar! ― disse a mãe de Arthur.
     ―Não posso deixá-los aqui ― falou o garoto.
     ―Vá Arthur, nós ficamos bem. Somente se salve! ― disse ela.

     Arthur não queria deixá-los junto aquele monstro. Ele iria matar sua mãe. Mas pensou melhor. Se ele fugisse, provavelmente o monstro iria correr atrás dele. O monstro queria capturá-lo. Sua mãe conseguiria salvar. Já ele poderia tentar fugir do monstro. Pelo ao menos não estava sem poder andar, nem mesmo machucado. Se ficasse lá, provavelmente ele e sua mãe morreriam.
     E ai ele correu. Como o previsto, o monstro o seguiu. Agora, talvez ficasse bem. Mas agora seu problema era grande. Teria que fugir daquele monstro, e esse era o único problema de seu plano, pois ele não tinha a mínima idéia de como fugir de como fazer isso se tornar realidade.
     Ele correu por toda a cidade, que estava muito escura aquela hora.Já devia ser quase meia noite e ele ali,fugindo de um monstro.Não havia ninguém na rua que o ajudasse,somente mendigos que não entendiam direito o que estava acontecendo.
     Enfim, mesmo sendo rápido, o monstro o encurralou em um beco que antes parecia uma saída para uma rua. Agora Arthur estava sem saída.

    ―Agora sim. Você ainda achou que iria escapar?Ninguém consegue escapar de mim, ainda mais você! ― disse o monstro, com desprezo ― quem diria que uma criança como você pudesse ser um guardião!
    
     Sem esperar ele terminar de falar o quanto ele era forte e que ninguém escaparia dele, Arthur deu a volta nele e conseguiu fugir. Assim, o monstro somente se descontrolou. Virou-se rapidamente e jogou seu facão pelos ares e, pela pouca sorte de Arthur, atingiu a pêra direita do mesmo. Por sorte não decepou sua perna. Mesmo assim agora quase não tinha forças para ficar em pé, mesmo que ainda conseguisse. Mas agora ele tinha uma vantagem, o facão estava no chão perto dele. Mas estava bastante machucado, e não ia ser com um facão que ele iria vencer o monstro. Entretanto, Arthur tinha um plano e sabia o que fazer. Ele iria para o mar.
     Muitos pensariam nessa idéia como idiota. Mas Arthur tinha um segredo. Desde pequeno, a água sempre o fazia bem, e não era somente isso, ela também o recuperava de qualquer coisa, bastava se molhar e em pouco tempo se recuperava. Além disso, ele também podia ficar dentro da água o tanto de tempo que quisesse, sem precisar respirar. Como morava no Rio De Janeiro, no litoral, não ia ser difícil encontrar uma praia. Se ele conseguisse chegar ao mar, o monstro não conseguiria pegá-lo, ele não poderia respirar debaixo da água. Pelo ao menos era o que Arthur esperava.
     Dessa forma, ele saiu correndo, ou ao menos tentando correr, juntamente ao facão do monstro. Já o monstro ia andando, e mesmo assim já conseguia alcançar rapidamente o garoto. O plano de Arthur não daria certo. Ele teria que lutar.
     Assim, ele virou rapidamente, tentando surpreender o monstro, o qual estava atrás dele. Dessa forma, com o facão, conseguiu ir pra perto do monstro fazer um corte em sua barriga. E em seguida girou e o atingiu na perna. Parecia que mexia há anos com armas. Mesmo assim, o monstro era forte. Ele conseguiu tomar o facão da mão de Arthur e a jogou metros de distancia.
     Mesmo assim, o monstro estava mal. Ele estava agora com um pouco de dificuldade de andar, mesmo o corte não sendo tão profundo. Arthur finalmente poderia ter um pouco de esperança. Mais alguns metros e ele conseguiria. Já estava próxima a restaurantes fechados próximos a praia.

     ―Garoto, o que está tentando fazer? ― ele parecia sentir dor ― Não há como conseguir escapar.
     ―Então iremos ver ― falou Arthur ― Mais alguns metros e não conseguirá me pegar.
     ―Espere...! ― ele parecia mais preocupado ― eu sei o que está tentando fazer. Você... Você não pode!

     Arthur sorriu.

     ―O pior de tudo é que eu posso.

     Assim, ele pareceu ganhar mais força, correndo mais rápido do que podia, assim finalmente conseguindo entrar no mar e escapando do monstro. Antes de entrar, Arthur ainda conseguiu ver o monstro. Felizmente, ele parecia não conseguir entrar na água. Aí, Arthur foi para o fundo do mar, para não ter o risco de o monstro o pegar. Uma de suas habilidades também era nadar. Ele conseguia nadar mais rápido do que qualquer humano conseguiria.
     E assim ele ficou no fundo do mar até o dia começar a clarear. Ele subiu para a margem e parecia já ser quase seis horas, e o sol começava a aparecer. O monstro não estava mais o esperando, já deveria ter ido embora. Arthur resolveu ir para a terra. Mas havia uma coisa. Era um homem. Mas alguma coisa nele intrigava Arthur. Ele era bem maior que um homem normal, tinha cabelos pretos, lisos e grandes. Na verdade, ele parecia muito um índio. Tinha olhos um pouco repuxados e não usava muita roupa ― o que era desagradável.
     Arthur não queria fugir, mas estava intrigado. Aquele não parecia mal. Mas também não parecia bom. Entretanto, depois de enfrentar um monstro na ultima noite, um homem não era tão grande coisa assim.
     Enfim, ele parecia esperar alguém. Quando viu Arthur, seguiu em sua direção. Mesmo sem ter explicação, o garoto não queria fugir. Quando ele foi chegando próximo, e quando Arthur ia pensando que ele iria matá-lo, o homem parou em sua frente e começou a falar:

     ―Você é Arthur Victor ― falou tentando forçar um sorriso ― você deve vir comigo.
    
     Novamente, Arthur estava atordoado.

     ―Como assim?Uma pessoa que eu nem conheço quer que eu a siga?Porque eu deveria segui-lo?
     ―Porque se não você e todos que você conhece morrerão ― falou o homem, como se estivesse dizendo para eles irem para o shopping ―, mas o bom disso é que você terá a chance de salvá-los.
    ―Que animador ― disse Arthur, sarcástico ― Mas quem é você?O que está acontecendo e como eu irei salvá-los?

     Arthur não conseguia acreditar que poderia salvar alguém. Se não fosse verdade, ele riria.

     ―Olha, você viu um monstro com certeza. Então, existem milhares daqueles que você terá que vencer com seus dons. Você precisa ir comigo até São Paulo, ou o mundo estará acabado. ― falou o homem.
     ―Dons?E essa coisa de milhares?Deus que me perdoe! ― perguntou o garoto.

     Arthur sabia do que ele poderia estar falando. Mas quanto mais gente soubesse de suas aberrações, seria melhor.

     ―Olha garoto, você deve vir comigo. A única coisa que você deve saber é que, toda sua vida estará acabada se não for.

     Agora, Arthur estava bem mais convencido. Que não ficaria mais convencido?

     ―Tudo bem, eu vou. Mas antes preciso saber: quem é você, o seu nome?
     ―Eu não tenho nome. Na verdade sou um lobo,mas nunca me deram um lobo ― ele respondeu,fazendo uma cara de desolação ―, mas não importa meu nome. O que devemos fazer é ir logo, ou não conseguirá salvar nem você nem esse mundo que você vive.

     Definitivamente, o homem ― ou lobo ― não sabia fazer alguém se sentir bem. Mesmo assim, Arthur concordou em ir. De alguma forma ele sabia que deveria ir junto ao lobo. Tinha realmente algo importante a ser feito.

     ―Enfim, vou me transformar em lobo e você sobe em minhas costas ― falou o lobo ― iremos chegar amanhã cedo.

     Arthur assentiu.

     ―Tudo bem. Vai ser ótimo montar em um lobo!

     E assim eles saíram da praia e seguiram por perto de uns restaurantes que começavam a abrir até chegarem numa pista atrás dos restaurantes e o homem começou a se transformar em lobo. Se fosse outra pessoa, sairia correndo desesperada, mas para Arthur, depois daquela noite passada ele não duvidaria de nada.
     O lobo realmente era algo incrível e sobrenatural. Era bem maior que um lobo normal. Arthur subiu em suas costas. Estava animado, poderia ser bem legal e diferente andar em um lobo. E assim eles foram.
     O caminho foi bem rápido e, mesmo totalmente recuperado continuava cansado. Dormiu um pouco nas costas do lobo por um tempo, mas a maior parte do tempo passou acordado. O lobo não parou um segundo e nem se cansou.
     Logo após um tempo o sol já havia aparecido por completo. Eles estavam chegando a São Paulo. Devia ser umas oito horas. Arthur pediu que fossem tomar café primeiro. Ele estava quase para desmaiar e cair do lobo.
     Assim eles foram. O lobo voltou a sua forma humana e eles tomaram café em uma velha padaria de um subúrbio em algum lugar da cidade. Comeram um simples salgado e um suco. O lobo queria sair sem pagar ameaçando o balconista, mas Arthur insistiu e pagou com algumas que havia no fundo de seu bolso. Ele se perguntou como essas moedas haviam sobrevivido.
     ―Aonde nós vamos exatamente? ― falou Arthur enquanto terminava seu salgado.
     ―Nós temos que ir a uma estação do metrô. Não sei qual é, só sei que é a principal, a que costuma ter mais gente. Hebrat só me ensinou como chegar lá, mas não o nome. ― respondeu.
     ―O que nós iremos fazer?Quem é Hebrat?!
     ―Ele será quem o contará o que deve fazer. Ele também é meio que meu mestre.

     Arthur não quis perguntar mais. Talvez fosse melhor perguntar para esse tal de Hebrat.

     ―Nossa!Já são mais de nove horas ― o lobo apontou para um relógio na padaria ― Temos que ir logo, Hebrat pediu que chegássemos umas nove ou dez horas.

     E assim eles foram. Logo estariam no metrô de São Paulo.







 











terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Os Jovens Guardiões - Capítulo 01


Oii gente...esse é o primeiro capítulo do livro que prometi postar por capítulos pra meus amigos e também pra quem quiser ler...Ah gente,se quiserem comentem,critiquem(que seja construtiva rsrs),e se verem algum erro falem...


       O Exército Obscuro
         Os Jovens Guardiões – Livro Um






               Quando o caminho errado estiver traçado
                          Tudo estará terminado
                          As portas da guerra se abrirão
                          Os dois haverão falhado





                                   Capitulo I



          Isacky

             

     Isacky não esperava nada do ultimo dia do ano. Seu pai estava trabalhando, e ao invés de comemorar em conjunto com família e amigos, estava somente com a sua mãe, Lauren, assistindo especiais ótimos de final de ano da televisão, enquanto esperavam chegar o início de 2013. Mas na verdade nem iriam comemorar, no máximo desejariam bons pensamentos um ao outro, comeriam alguma coisa qualquer e dormiriam. Mesmo assim, a mãe de Isacky queria comemorar mesmo que fossem somente os dois sozinhos.
     A mãe de Isacky era uma pessoa muito boa de natureza, era uma pessoa honesta e bonita. Tinha olhos castanhos, era magra e tinha cabelos negros. Enfim, não se parecia em nada com o filho. Na verdade, o garoto se parecia muito mais com seu pai, José. Ele trabalhava sempre à tarde e a noite inteira, e passava todo o tempo livre dormindo. Já Lauren ficava o dia todo em casa, e cada ano ficava mais amargurada com a situação em que vivia. Mesmo assim, ela sempre tentava esconder isso do filho, fazendo o possível pra estar sempre alegre em sua frente, mas mesmo sem contar, Isacky já a vira chorar várias vezes.
     Entretanto, Isacky estava em um dia normal com sua mãe, esperando mais um ano como todos os outros. Mas na verdade, não seria isso que aconteceria.
     Eles passaram mais um tempo esperando até que desse a hora da virada do ano, ainda assistindo a especiais de fim de ano na televisão. E quando estava faltando somente um minuto, na hora que iam já desejar felicidades uns aos outros, a porta da casa bateu. Mas quem seria a essa hora? Justamente na hora em que todos deveriam estar comemorando com suas famílias e amigos. Logicamente seria José, o pai de Isacky, que poderia estar fazendo uma surpresa. Mas ele não saia essa hora do trabalho, e seu chefe nunca iria liberá-lo para esse feito. Mas quem estaria ali, não poderia ser outra pessoa, pensou Isacky.
     Quando abriram, na verdade não era o pai de Isacky, na verdade era um homem, o qual não dava pra descrever direito, pois estava de capuz e blusa de frio preta, estava escondido como se quisesse esconder seu rosto. Quando tirou seu capuz, dava pra ver o porquê dele não mostrar seu rosto toda hora. Ele simplesmente não era humano. Parecia um monstro, seu rosto era negro, também tinha cabelos negros, o que até poderia ser normal, tirando o fato de que ele tinha orelhas pontudas e seus olhos eram vermelhos, por completo. Isacky não conseguia acreditar como poderia existir alguém como ele, e também não conseguia imaginar o que ele faria com ele e sua mãe.

     ―Olá Isacky Grace White. Já vi que não parece tão forte quanto me disseram. É incrível como o poder vai para quem menos sabe usá-lo. Meu mestre saberia muito melhor como usar esses dons do que um garoto como você.

     Pelo jeito daquele cara, Isacky sabia que não era uma boa pessoa. Ele conhecia esse tipo de gente no bairro em que vivia, cheia de marginais e bandidos. Isacky poderia até ser um pouco ingênuo, mas sabia muito bem quando uma pessoa era boa ou não.

      ―O que você quer? Quem é você e porque está aqui?! ― disse Isacky, quase conseguindo que sua foz parecesse feroz.
      ―Isacky, porque está falando com ele dessa forma?Ele pode estar precisando de ajuda, olha como ele está!Você precisa de alguma coisa? ― disse a mãe do garoto.
     ―É Isacky, que falta de educação ― falou o homem, irônico ― Não se pode tratar as pessoas dessa forma.
     ―Mãe, você não vê, ele não parece boa pessoa.
     ―Isacky, coita... ― Lauren falou, antes de ser interrompida.
     ―Você não está certo Isacky ― disse o cara agora com uma voz mais áspera ― Eu sou pior. Pena que não poderei matar você, garoto. Pelo ao menos não agora.
     ―Como assim?Quem é você?! ― falou o garoto, nervoso.
     ― Não importa a você saber. Somente lembrará-se de mim como aquele que fez com que fosse capturado.
     ―Ha, ha, ha!Por quê?Você não consegue me matar?É esse o problema? ― o garoto disse, rindo ironicamente.
     ―Olha garoto ― Ele parecia estar se controlando de alguma forma ― Eu poderia muito bem matá-lo. Mas por incrível que pareça você é necessário para o plano de meu mestre. Agora vamos com isso. Não quero gastar mais tempo com esse tipo de coisa!

     E foi aí que o homem ― ou monstro ― começou a procurar algo que estava enfiado dentro de sua calça, escondido pela blusa de frio preta. Isacky pensou que era hora de um plano, ele tinha que fazer alguma coisa. Mas o pior é que não tinha nenhum em mente. O certo é que de algum jeito ele tinha que fazer alguma coisa. Mas não deu tempo. O cara tirou de dentro de sua calça duas adagas enormes e afiadas, de um jeito que poderiam ser usadas desde cortar cabelo até cortar a cabeça de uma pessoa. Enfim, ele estava pronto para acabar com qualquer um que estivesse em sua frente. Nesse caso era Isacky.

     ―Enfim, chegou sua hora de ir garoto ― Ele começou a balançar as adagas ― Pena que não é de ir para a morte. Seria muito bom.
     ―Não será tão fácil assim me capturar. Além do mais você não pode me matar mesmo ― falou o garoto, com medo de falar cada palavra. Ele tentou parecer confiante, mas era muito difícil falar isso para aquelas adagas gigantes.
     ―Não esteja tão certo assim, garoto. Eu ainda posso te torturar ― quase que instantaneamente, um sorriso abriu em seu rosto ― Isso vai ser ótimo!

     Isacky tentou parecer realmente que tinha um plano. Mas não tinha. O que ele iria fazer?Ser capturado e deixar sua mãe morrer? ― o que certamente o monstro faria ― ele não podia deixar, tinha que fazer algo, e bem rápido.
     Foi ai que Lauren correu rapidamente, sem que o monstro percebesse enquanto conversava com Isacky, e abriu um velho armário. Isacky observou de relance e percebeu logo que sua mais haveria um plano. Enquanto isso, ele continuou atiçando o monstro.
     Sua mãe pegava alguma coisa no armário. Tomara que fosse algo que ajudasse mesmo. Aquele armário sempre servira para guardar coisas antigas de seu pai.
     Quando olhou para o lado, Isacky viu sua mãe correndo de volta até ele, chamando a atenção até do monstro, trazendo uma espada, bela e de no máximo meio metro de comprimento.

     ―Isacky, pegue isso, rápido!Sei que conseguirá ― disse Lauren, parecendo bem nervosa, mas também bem confiante.
     ―Como assim, de onde você tirou essa espada? ― disse Isacky, atônito, mas tentando parecer estável diante de tudo.
     ―Seu pai tinha uma espada, ele sempre achou que era melhor que ter uma arma em casa. Quando era criança, seu avô ensinou a ele como usar uma espada. Ele tem a espada que seu avô deu a ele até hoje, para a proteção daqui de casa.

     Isacky queria saber como estava à expressão no seu rosto. Há poucos minutos estava quieto em casa, pensando que iria dormir tranquilamente e agora estava lá, recebendo uma espada de sua própria mãe, para tentar acabar com um homem monstro.
     Mas ele parou de pensar. Tinha que se concentrar na luta que teria pela frente.

     ―Ah, Isacky, você acha mesmo que vai conseguir? ― Ele riu como se estivesse assistindo um programa de comédia. ― Eu admiro sua coragem.

     Dessa forma, os dois começaram a se enfrentar. Para quem via de longe, até parecia que os dois lutavam com igual chance de vencer. Isacky não sabia como, mas conseguia desviar naturalmente das adagas, mas seu inimigo tinha armas letais, e ainda lutava muito bem. Isacky estava indo bem, não atacava muito, mas desviava de todos os golpes que seu inimigo o proporcionava.
     Mas de repente, Isacky cometeu o erro de olhar para o lado para ver como sua mãe estava. Nessa hora, uma das adagas atingiu sua perna esquerda superficialmente, fazendo-o cair no chão. Mesmo assim, ainda tentava resistir e levantar. O garoto não sabia como, mas o corte parecia queimar. A adaga parecia ter alguma magia. Ainda bem que ela não tinha o cortado mais profundamente, pensou Isacky.

     ―Eu falei criança. Sorte sua que não posso matá-lo. Não tente me impedir. É melhor deixar-me levá-lo. Será muito mais fácil ― ele disse.
     ―Pra quê?Não irei me entregar e deixar que machuque minha mãe. ― Isacky agora parecia com raiva e força, sua voz estava diferente, precisava salvar ele e a mãe de qualquer jeito. ― você não tem cara de quem vai dar doce pra mim se eu deixar você me seqüestrar.
     ―Ah, garoto, você não está mesmo fazendo a escolha certa. ― ele brilhou seus olhos vermelhos. Parecia estar formulando um plano. ― Se você quiser, ainda pode vir a se juntar a nós. Seria um grande aliado, e ainda ganhar uma boa parte do que vamos conseguir.

     Isacky não sabia o que era ‘’aquilo’’ que eles iriam ganhar, mas sentia nojo só de pensar em se aliar a alguém como ele. Definitivamente, não era a coisa certa.

     ―Se você soubesse um pouco sobre mim, ia saber que nunca ajudaria uma pessoa como você. ― dizia Isacky, num tom meio de desprezo.

     Neste momento, Isacky pensou que essa era à hora. O monstro estava distraído conversando e finalmente sua perna começava a dar sinais de melhora. Foi nessa hora que ele girou, fazendo o monstro se surpreender, o acertando na perna logo após se levantando do chão. Mesmo com a surpresa, o ataque não fez muito efeito. No máximo fez um corte leve que nem faria o monstro cair.
     Até que aporta se abriu. Um homem velho, com um capuz, jaleco e um cajado estava em frente à porta. Isacky achou que ele poderia ser mais uma ajuda para o homem monstro que o atacava, mas ele estava com uma cara tipo O que esse velho veio fazer aqui?
     Enfim, mesmo sendo velho ele ainda parecia forte e disposto, não parecia como alguém que logo seria levado por sua família para o asilo.
     Na mesma hora e sem perguntar se poderia, ele entrou na casa, e também rapidamente um saco de dentro do bolso, e gesticulando como se fosse atacar. Se fosse a outra situação, Isacky riria, pois era uma cena muito estranho a de um velho tentando atacar um homem monstro com um saco. Mas ele sem tinha a capacidade de rir, ele estava prestes a ser capturado lutando com um monstro para salvar ele sua mãe. Além disso, não conseguia nem ficar de pé direito por causa da adaga do monstro que o atingiu. Estava de pé por simples força de vontade e principalmente por sua mãe, que precisava de sua ajuda.

     ―Você... Não deveria ter vindo aqui, você sabe que não vai conseguir proteger todos eles, não por tanto tempo. Você sabe que é uma aposta perdida,esses garotos não conseguirão ― disse o homem que lutava com Isacky.

     Agora sim Isacky não sabia de mais nada. Agora descobrira que o velho estava tentando proteger alguém, mas que seria um plano suicida. Provavelmente ele estaria envolvido nisso. Ótimo!

     ―Eles não precisam de minha proteção, quer dizer, logo não precisarão de minha ajuda, e vencerão vocês com suas próprias mãos ― disse o velho.
     ―Tudo bem, será que alguém pode me dizer só um pouco do que está acontecendo ou eu vou ter que procurar a resposta no Yahoo? ― disse Isacky, ironicamente.
     ―Isacky, não se preocupe, logo responderei a todas as suas perguntas.

    Mesmo com tudo acontecendo dessa maneira, Isacky sentia que podia confiar no velho, de um jeito que parecia que ele já o conhecesse.

     ―Porque você não desiste. Você sabe que eles não irão conseguir. Logo já seremos muitos. Não haverá como impedir-nos. Não terá como vencer meu chefe ― Ele começou a rir ironicamente, como se estivesse zombando da tentativa do velho de tentar impedi-lo ― Você pode se unir a nós será bem melhor pra você.
     ―Traven, você não sabe a força que esses meninos têm!

     Agora Isacky sabia o nome do homem qual o enfrentava. Mesmo assim, ele se sentia como se estivesse envolvido numa nevoa, atordoado e sem conseguir ver e nem entender nada. Ele também imaginou como seria o chefe do cara chamado Traven. Se Traven já era perigoso o bastante imagina como seria seu chefe. Isacky não queria nem pensar nisso.

     ―E você não sabe a força que nosso exercito tem ― debateu Traven.

     Nesse momento,o velho pegou o pó de cor esverdeada e lançou sobre Traven.Mas não aconteceu nada.Até que Traven começou a tremer e seus olhos começaram a adquirir uma cor branca,e em poucos segundos depois caiu no chão e desmaiou.

     ―Isso não vai a... ― disse ele antes de desmaiar por completo.

     Ele parecia tão forte para Isacky, e fora derrotado dessa forma, por um pó de um velho. Mesmo assim, não havia como não estar agradecido.

     ―Isacky, precisamos correr. Ele logo irá acordar. Não foi derrotado e o poder do meu pó não irá durar muito tempo, principalmente nele. ― explicou o velho.
     ―Como assim, para onde vamos?O que está acontecendo?! ― perguntou Isacky.
     ―Depois irei responder a todas as suas perguntas. Agora temos que sair daqui.
     ― Mas para onde vamos?!
     ―Tudo bem, nós vamos para o metrô de São Paulo.
     ―Mas pra quê?
     ―Para encontrar os outros ― falou o velho, já meio impaciente e arrumando coisas dentro de seu jaleco.
     ―Que outros?O que iremos fazer?!

     Isacky não poderia se descrever bem naquele momento. Ele estava desesperado, assustado, meio zonzo, enfim, estava prestes a desmaiar. E além de tudo, queria respostas. Mas ninguém podia culpá-lo, de uma hora pra outra ele é atacado por um mostro, luta com ele, depois chega um velho que coloca o monstro pra dormir e ainda quer levar o garoto para São Paulo.

     ―Isacky, não tem como eu te contar agora, mas se quiser continuar vivo, terá que vir comigo ― disse o velho sorrindo, como se estivesse tentando melhorar a situação ou não assustar o garoto.
     ―Tudo bem. Nós iremos. ― concordou Isacky.
     ―Só existe um problema ― disse o velho ― sua mãe não poderá ir conosco. Ela estará em perigo.
     ―Mas e o Isacky, não estará em perigo. Um monstro acabou de atacá-lo. E se isso acontecer de novo, o que farão? ― disse a mãe de Isacky.
     ―Ele saberá o que fazer ― falou o velho ―, mas você terá que fugir ou viajar e voltar somente quando tiver total certeza de que tudo está bem.

     Isacky não sabia o que ele queria dizer com Ele saberá o que fazer. Definitivamente ele não sabia o que fazer e nem saberia se viesse um monstro daquele novamente.

     ―Mas... ― tentou ainda falar Isacky.
     ―Tudo bem Isacky. Vá. Sei que conseguirá fazer o que seja que você tenha que fazer. Nas suas veias corre o sangue da família de seu pai, na qual já fizeram parte gerações de guerreiros. Sei que você irá conseguir fazer em sua jornada. ― disse Lauren, determinada.
     ―Assim está ótimo! ― falou o velho,tentando demonstrar o mínimo de animação ― iremos agora mesmo!Descansaremos em minha casa.
     ―Sim,mas ainda precisamos saber de uma coisa ― falou Isacky ― Qual é o seu nome,não é?Precisamos saber ao menos isso.

     O velho sorriu.Talvez pensasse que fosse algo mais difícil de se responder.

     ―Ah,sim.Eu havia esquecido,meu nome é Hebrat.
     ―Pelos ao menos isso você respondeu,não é?!Agora você só precisa responder mais umas mil coisas ― falou Isacky,rindo ironicamente.

     Mesmo com tudo aquilo acontecendo,Isacky ainda ria.Ele sempre era assim,uma pessoa alegre.Mas nos últimos tempos não estivera mais assim.Talvez estivesse meio aliviado por ele e a mãe terem escapado.Mas ele se sentia bem junto ao velho.Era como se estivesse com alguém que já conhecesse há anos e que fora um amigo que sempre o ajudava.

     ―Por favor,Isacky.Não seja sarcástico.Vá se arrumar.Ainda teremos um longo dia.Ainda temos que ver algumas coisas em minha casa e tenho que explicar tudo para você ― falou Hebrat ― você precisará estar bem preparado para os próximos dias.Agora ande rápido, pois se não o tempo irá esgotar.Teremos muito o que fazer.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Capa Do Livro ''Jovens Guardiões:O Exército Obscuro''


É..essa é a capa...agora só falta o livro.... ;-) mas logo colocarei o primeiro capitulo,e também colocarei no blog a profecia do livro.